CL 6ªJ: SSC Napoli 2 - 0 SC BRAGA, Terça 12 Dezembro 2023 - 20h00

OToda a história de um jantar em Paredes, em 2013, contada pelo antigo presidente da autarquia, Celso Ferreira, promotor do encontro e convívio, tal como o super agente Jorge Mendes

António Salvador vai liderar a visita do Braga ao estádio Diego Armando Maradona onde o Braga tentará operar o seu milagre da continuidade na Champions, mesmo que fazendo uma desfeita ao astro dos astros, imortal em Nápoles. O presidente dos guerreiros andará por estes dias a recordar o glorioso repasto com Diego num afamado restaurante de Paredes, Cozinha da Terra, em março de 2013, idealizado por Jorge Mendes, marcado por Celso Ferreira, então edil do concelho.

Um encontro apimentado pela boa disposição da personalidade mais inconfundível do futebol, genial no campo, desconcertante fora dele, que surpreendeu tudo e todos ao entrar por um restaurante de Paredes. Salvador foi um dos convidados, tal como o líder do PSD, Luís Monenegro, nessa visita relâmpago do argentino e levou mesmo uma camisola do Braga que ‘El Pibe’ autografou, levando-a, posteriormente, para um lugar especial do museu dos arsenalistas.

Maradona divertiu o líder dos guerreiros e todos os presentes com gargalhadas e infindáveis histórias, fazendo questão de animar a noite dando sucessivos toques de cabeça com uma bola de ténis, enquanto estava sentado, ousando ainda trautear bem alto a música com que era tributado em Nápoles ‘Mano de Dios’, da autoria de Rodrigo.

Celso Ferreira, antigo presidente da Câmara Municipal de Paredes, relembrou ocasião tão memorável. "Foi algo proporcionado pelo Jorge Mendes, que tinha, por hábito, marcar alguns jantares comigo na Cozinha da Terra, em Lauredo, um local magnífico. Era a forma dele escolher algumas pessoas com quem estar de forma mais reservada. Era sempre uma surpresa, trazia convidados muito especiais e, nesse jantar, chegou com o Maradona. Tivemos que pedir uma televisão, porque havia um jogo que o Jorge queria ver. Em horas mais tardias foram chegando outras pessoas, que foram sabendo da presença do Maradona por mim e pelo Jorge. Foi assim que também chegou o presidente António Salvador", contextualizou, gracejando com memórias dessa épica noite.

"Chegou mais tarde, porque o Braga tinha tido um jogo nesse dia. Fez questão de tirar várias fotos com o Maradona, pondo sempre a camisola do Braga entre os dois. Alguém mandou a piada dele ainda o contratar como treinador! Tudo aquilo foi um bocado de magia do Jorge, que nos proporcionou um convívio singular e uma noite extraordinária. Quem gosta de futebol, imagina sempre como seria conviver com astros deste calibre e, neste caso, estamos a falar de um dos monstros do futebol. A ele só são comparáveis Pele, Messi e Cristiano."

"É curioso, foi uma noite que acabou às quatro da manhã, mas o Maradona não bebeu álcool. Esteve sempre bem-disposto e estava tão feliz que começou a cantar a música que os adeptos do Nápoles lhe dedicavam em todos os jogos. Ouvi-lo foi mesmo arrepiante, aquela ligação dele a Nápoles era algo belo e todos percebemos isso estando com ele à mesa", recordou.

Avançado tem estado certeiro na Liga, mas mantém-se em branco na Europa. Viaja carregado de confiança para Nápoles. Congolês, com média de um golo por jogo na liga, só perde para registo de Jonas em 2017/18, mas comanda sem discussão o trono dos marcadores. Só Lima (20 golos) chegou ao fim com essa proeza em Braga.

Irresistível predador, viajando pelos relvados da liga com munições letais. Banza encanta Braga, propaga sonhos arsenalistas, estimula a confiança em todos para diferentes frentes. Já com 13 golos, depois de bisar em Vizela, o ponta-de-lança, desde 2023 internacional congolês, agarrou, definitivamente, lugar dominador e influente na equipa, relegando Abel Ruiz para condição menor.

Conseguiu a proeza de igualar com golos o número de jornadas do campeonato, ficando, então, com uma média de um golo por jogo, curiosamente faturando esta época apenas internamente. Das 22 presenças na equipa, foi titular 13 vezes, dez delas na liga. Banza está com faro apuradíssimo e afinadíssimo na pontaria, até porque em Vizela concretizou as duas oportunidades de que dispôs, impondo a amplitude dos recursos, letal e subtil no 0-1, poderoso no golpe aéreo no 0-2. O congolês afeiçoou-se ao onze, devolvendo a aposta com lucros em cima de lucros, e está a um golo de igualar o seu registo da temporada de estreia na Pedreira, quando fez um total de 47 jogos e somou 14 golos.

Dentro desta média de um golo por jogo, Banza necessita de apenas 69 minutos para faturar. O grande registo na Liga, além da garantia de alto rendimento e importância nas contas de Artur Jorge, exalta o congolês como declarado pretendente a ser rei dos marcadores, mantendo à distância um fogoso Gyokeres, podendo aspirar a ser o melhor guerreiro da história neste parâmetro. Apenas Lima, então empatado com Cardozo (20 golos) acabou como melhor marcador do campeonato ao serviço do Braga. Desde o benfiquista Jonas, 15 golos em 13 jornadas, em 2017/18, não havia goleador tão capaz e eficaz.

Com este carimbo sedutor, espera-se que Banza tenha argumentos para se estrear a marcar na Champions e levar o Braga para os oitavos.


Al Musrati incerto em Nápoles
Al Musrati segue num plano de gestão diária, sem jogar há um mês, tendo já perdido cinco jogos oficiais, desde que foi lançado alguns minutos no Santiago Bernabéu. O médio líbio tem sido avaliado com minúcia, não havendo pressa para não agravar a sua condição, até pela riqueza de escolhas para o miolo. Jogar ou não em Nápoles será deliberado na véspera.

Falé pode mudar de ares
Falé, avançado de 19 anos, cedido ao Castellón, vive situação difícil no clube do terceiro escalão do futebol espanhol, apenas utilizado em três jogos num total de 17 partidas já efetuadas. Recentemente não saiu do banco, na surpreendente vitória na Taça do Rei sobre o Oviedo. Acredita-se que pode ser encontrada outra solução para o atleta no mercado de janeiro.

Castigo de Niakaté obriga Artur Jorge mexer no centro da defesa para o jogo contra o Nápoles; poupados contra o Vizela, José Fonte e Victor Gómez devem voltar ao onze

O SC Braga tem esta terça-feira (20 h) um jogo decisivo em Nápoles, pois joga a permanência nas competições europeias. De forma a manter-se na Liga dos Campeões tem de vencer os italianos por dois golos ou mais e para seguir para a Liga Europa basta o empate, já que tem vantagem no confronto direto com os alemães do Union Berlin.

Para esta 6.ª jornada do Grupo C, Artur Jorge não pode contar com Sikou Niakaté que foi expulso (vermelho direto) ao minuto 32 no último encontro. O central, de 24 anos, fez sempre parte das escolhas iniciais do treinador dos bracarenses na liga milionária, que agora vai ser obrigado a mudar. O companheiro do defesa do maliano tem variado entre Serdar e José Fonte, sendo que esta a dupla que deverá ser titular.

Isto porque Paulo Oliveira, que jogou em Vizela, não tem nenhum minuto nesta fase de grupos da Liga dos Campeões. A utilização do central português na Liga também indica a rotação efetuada por Artur Jorge pensando nesta deslocação a Nápoles. Também no lado direito da defesa jogou o jovem Joe Mendes, com Víctor Gómez a ter ficado em casa a descansar. O espanhol volta ao onze muito provavelmente, sendo que Cristian Borja se mantém na lateral-esquerda.

A defesa mais consistente possível, pois é necessário marcar (dois pelo menos) e evitar sofrer no estádio Diego Armando Maradona. Nos restantes setores, João Moutinho deve voltar ao onze, com Vítor Carvalho ao lado e Zalazar um pouco mais à frente. Mas, pode haver regresso de Bruma à titularidade e aí pode ‘saltar’ o médio brasileiro, ficando Ricardo Horta como terceiro elemento do meio-campo. Álvaro Djaló e Banza mantêm-se na equipa.

Al Musrati é o único jogador a contas com problemas físicos no plantel dos arsenalistas, sendo que deve ficar pelo Minho a realizar trabalho de recuperação.

A equipa do SC Braga viaja esta segunda-feira (10 h) para Itália e a conferência de imprensa de antevisão à partida de Artur Jorge está agendada para as 17.15 horas, seguida do treino de habituação ao relvado do estádio do Nápoles às 18 horas.

Bruno Giordano, histórico do Nápoles, campeão em 1987, formando a Ma-Gi-Ca com Maradona e Careca, alerta para dificuldades.

Fez parte da Ma-Gi-Ca ofensiva com Maradona e Careca. Giordano jogou no clube entre 1985 e 1988 e foi campeão em 1987. Sabe bem como radiografar a realidade, após meses de extensa folia.

“A cidade anda alarmada, ninguém imaginaria época igual, mas estávamos longe de achar possível isto. Veio nova esperança com Mazzarri, mas os resultados são os mesmos”, frisou a O JOGO, reconhecendo tempos difíceis após três derrotas.“Está visto que vivemos um conto de fadas extraordinário com Spalletti. Agora é outra história! Esperamos que Mazzarri consiga colocar alguma ordem”, admite.

“O Braga corre por fora e vem para atacar, porque precisa de ganhar por mais de um golo. Nunca se sabe! O Nápoles tem muito mais responsabilidades, é favorito, tem outros recursos e deve esforçar-se para não fazer algo errado neste jogo”, alerta.
Mário Rui pode voltar a jogar

Com onze jogos feitos esta época, Mário Rui tem estado afastado dos planos, tendo perdido quatro encontros, todo o ciclo correspondente a Walter Mazzarri. O lateral-esquerdo português ainda é colocado como dúvida para a receção ao Braga mas já treina integrado, se bem que ainda respeitando trabalho personalizado. A expectativa está, pois, num regresso do defesa, até porque o Nápoles está numa crise de resultados, três derrotas consecutivas e tem tido Juan Jesus adaptado. Ontem fez eco a ausência de Kvaratshkelia do treino, devido a sintomas de gripe.

Médio uruguaio, Walter Gargano, hoje com 39 anos, fala da experiência de 235 jogos pelos napolitanos

Walter Gargano, 39 anos, mítico médio-defensivo do Nápoles, ainda em atividade nos uruguaios do River Plate, jogou seis temporadas no San Paolo, fazendo um total de 235 jogos, celebrando uma Taça de Itália e uma Supertaça, num período de poderoso crescimento do clube já com De Laurentis.

Homem forte da identidade charrua, fazendo parte da icónica geração onde pontificaram Suárez, Cavani, Maxi Pereira, Cebola Rodríguez, Cáceres ou Muslera, Gargano, chamado de Mota, é um eterno enamorado de Nápoles, dos encantos e das emoções que lá gravitam com o futebol, exponenciados na recente conquista do scudetto.

"Depois de tanto tempo, poder ver essa gente a desfrutar de tão ansiado título é muito bonito. Nós estivemos perto muitas vezes com um grande grupo, infelizmente ficamos só com as taças. É um orgulho ver esta cidade a festejar, é um grande trabalho do presidente, um processo com muito tempo. Cidade e clube estão sempre de braço dado", garante, esperando que o efeito Mazzarri resulte apesar um inicio ainda problemático, chegando o Nápoles ao choque decisivo da Champions com o Braga agastado por duas derrotas seguidas no Calcio.

"É um grande treinador e um conhecedor do futebol italiano e internacional, congrega experiência e tem dentro dele esse perfil de uma renovação necessária. Ele pode analisar e dar algo extra, marca qualquer grupo com a sua personalidade", enfatiza o médio, um ponto de equilíbrio de um Nápoles que vivia anos exuberantes com Hamsik, Lavezzi ou Cavani.

"O que passei no clube foi algo único, uma fase fantástica numa cidade que respira paixão pelo futebol. Só não digo que foi o melhor da minha vida, porque vestir a camisola do Uruguai é superior a isso", aclara o homem que colecionou 64 jogos pela seleção.

"Senti o calor dos adeptos de forma espetacular, fico com algo que me fez crescer imenso dentro de Nápoles, era ouvir os adeptos gritar 'Huracán, Huracán Gargano'. Era emocionante", assinala Gargano, explicando o que é a aura de Maradona em redor da equipa.

"Ele é e será sempre o maior para os cidadãos napolitanos e argentinos. Se chegas das América do Sul, querem-te logo muito e relacionam-te com Maradona. Cada argentino, então, é amado, tudo por conta de Maradona", explica.
Zalazar pronto para os grandes

Walter Gargano acompanha as ambições do Nápoles na prova milionária, estando na expetativa do que pode dar a receção ao Braga: "Acho que o Nápoles está na Champions para alcançar grandes resultados, demonstrou a sua força a jogar de igual para igual contra o Real Madrid. O grupo é forte e o Braga é também uma grande equipa, que será um rival complicadíssimo para o Nápoles. O certo é que são tudo adversários motivadores de defrontar", projeta o uruguaio, admirador contundente do compatriota Zalazar, que brilha no Minho.

"Demonstrou já na Alemanha o grande jogador que é, foi figura e agora passou a ser em Braga. Rodrigo está em grande plano e tem tudo para jogar pela seleção do Uruguai. É muito completo e terá, inevitavelmente, as suas oportunidades. E provará todo o talento que tem", assegura Gargano, escalpelizando a sua leitura do craque dos guerreiros.

"Tem como grande qualidade a sua capacidade de remate e sabe ler muito bem os espaços por onde receber a bola. Acho que já revela estar pronto para jogar num grande da Europa, pode dar mesmo esse passo em Portugal para os tradicionais candidatos ao título", disse.

O defesa brasileiro do Nápoles abordou, esta segunda-feira, a importância do embate com os minhotos na Liga dos Campeões

O Nápoles recebe, na terça-feira, o SC Braga no estádio Diego Armando Maradona a contar para a ronda 6 da fase de grupos da Liga dos Campeões. Juan Jesus, defesa brasileiro do Nápoles, mostrou-se cauteloso no momento de avaliar os minhotos.

«[O SC Braga] É uma equipa boa, muito organizada», afirmou o brasileiro na conferência de imprensa que se realizou esta segunda-feira.

Juan Jesus reforçou que «independentemente do resultado», o Nápoles quer «jogar bem e dar o melhor em campo», uma vez que considera o jogo como sendo «decisivo», visto que define o segundo lugar do grupo C.

De recordar que apenas o Real Madrid já está garantido na próxima fase da competição. Nápoles e SC Braga ocupam, respetivamente, a segunda e terceira posição do grupo, com apenas 3 pontos de diferença, pelo que o jogo de terça-feira ditará quem segue em frente na prova.